quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Superpopulação e Transição Demográfica

    

    Nunca antes na história houveram tantas pessoas na terra como agora. Veja como a nossa população saltou:

Em 1800: 1 Bilhão de pessoas

Em 1940: 2,3 Bilhões de pessoas

Em 1970: 3,7 Bilhões de pessoas

Em 2022: Estimamos que a população mundial chegue a 7,8 Bilhões! 

    A população mundial quadruplicou no último século, então o que podemos esperar para o próximo século? E o que o crescimento da população significa para o nosso futuro? Haverão migrações em massa? Favelas superpopulosas em cidades gigantescas cobrindo continentes? Doenças e poluição? Caos e violência por falta de energia, água e comida? O crescimento da população vai destruir nosso jeito de viver, ou essa profecia é apenas pânico sem fundamento?



Nos anos 1960 o crescimento populacional alcançou uma taxa sem precedentes. O que levou a profecias apocalípticas. Os pobres iriam procriar infinitamente e acabar com o mundo desenvolvido. A lenda da superpopulação nasceu e foi alimentada por filmes como MAD MAX e Blade Runner.

Mas na verdade, altas taxas de natalidade e a explosão da população não são características permanentes de algumas culturas ou países, mas sim parte de um processo de 3 Etapas pelo qual todo o mundo está passando: A Transição Demográfica. A maioria dos países desenvolvidos já fizeram essa transição enquanto outros países estão passando por ela agora mesmo.


A primeira etapa foi uma época em que a população sofria com saneamento, alimentação e medicina ruins. Muitas pessoas nasciam, mas muitas pessoas morriam tão rápido quanto, então a população praticamente não crescia. Mulheres tinham entra 4 e 6 filhos, mas apenas 2 deles chegariam até a fase adulta.

Então a Revolução Industrial aconteceu no Reino Unido e trouxe a maior mudança para as condições de vida humana desde a Revolução Agrícola. Pessoas deixaram de ser camponeses para serem trabalhadores. Bens manufaturados começaram a ser produzidos em massa e passaram a ser acessíveis para muitos. A ciência floresceu, junto com meios de transportes, comunicação e medicina. O papel da mulher na sociedade mudou, o que criou as condições para a emancipação delas.

Lentamente esse progresso econômico não só formou a classe média, mas também aumentou a qualidade de vida e a saúde da população mais pobre. O 2º estágio da Transição começou. Melhores suprimentos de comida, higiêne e medicina fez que menos pessoas morressem especialmente em uma idade muito jovem. O resultado foi uma explosão populacional, dobrando a população do Reino Unido entre 1750 e 1850. A principal razão para famílias terem muitos filhos era que apenas alguns sobreviveriam.

Agora isso mudou, e o 3º estágio da Transição começou, menos bebês eram concebidos e o crescimento populacional desacelerou. Eventualmente, um balanço foi atingido. Menos pessoas morriam e menos crianças nasciam, então as taxas de natalidade e mortalidade tornaram-se estáveis.

Para resumir as quatro etapas, podemos pensar assim:

        Primeiro, muitos nascimentos e mortes por conta de péssimas condições de vida. 

        Segundo, melhores condições de vida levando à menos mortes e uma explosão populacional.

       Terceiro, menos mortes resultando em menos nascimentos, e o crescimento populacional chegou ao fim. Exatamente como na tabela do início deste texto.

Mas, se as taxas de natalidade caíram tanto, porque a população ainda está crescendo tão rápido? Ah, isso acontece as crianças nascidas durante a explosão populacional das décadas de 70 e 80 (os chamados Baby Boomers) estão tendo seus filhos agora, levando a um pico de crescimento na população. Mas eles estão tento bem menos filhos, em média, que seus pais. A média hoje é 2,5, sendo que era 5 cerca de 40 anos atrás. Então, enquanto essa geração envelhece e a fertilidade diminui, a taxa de crescimento da população continuará desacelerando.


Isso é verdade para todos os países do mundo. No ocidente nós tendemos a ignorar o progresso das outras regiões do mundo, mas na verdade a maioria dos países já está reduzindo o número de filhos. Veja Bangladesh: Em 1971, cada mulher tinha em média 7 filhos, mas 25% deles morriam antes dos 5 anos de idade. Em 2015, a taxa de mortalidade caiu para 3,8% e mulheres tinham apenas 2,2 filhos, em média.  Levou aproximadamente 80 anos para países desenvolvidos reduzirem fertilidade de mais de 6 filhos para menos de 3. Outros estão chegando lá rápido. Malásia e África do Sul alcançaram isso em apenas 34 anos. Bangladesh levou apenas 20 anos. O Irã conseguiu em 10 anos.

       O crescimento da população mundial IRÁ chegar ao fim. A ONU prevê que nunca haverá mais de 12 bilhões de pessoas no mundo. E então a população mundial começará a cair. E nossos filhos e netos terão que se preocupar com a queda do crescimento populacional e os impactos na força de trabalho e na previdência.




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